Tartarugas Marinhas e as Mudanças Climáticas

27/10/2025 - As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios do século XXI, ameaçando ecossistemas, biodiversidade e a própria vida humana. ↓

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O aumento da temperatura global, o derretimento das calotas polares, a elevação do nível do mar e os eventos climáticos extremos afetam diretamente a estabilidade do planeta — e os oceanos estão entre os ambientes mais impactados.
Entre os inúmeros seres marinhos que sofrem com essas transformações, as tartarugas marinhas ocupam um papel de destaque. Elas são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas costeiros e oceânicos, ajudando na manutenção das cadeias alimentares e no ciclo dos nutrientes. No entanto, esses animais milenares enfrentam atualmente uma combinação de ameaças sem precedentes.

Desafios Crescentes para as Tartarugas Marinhas

Além da pesca incidental, da caça ilegal, da poluição marinha e da fotopoluição nas áreas de desova, as tartarugas marinhas agora precisam lidar com os efeitos acelerados das mudanças climáticas.
Há mais de 40 anos, a ciência já alertava para os riscos do aquecimento global sobre as populações de tartarugas, mas nas últimas décadas esses efeitos têm se intensificado muito mais rápido do que o previsto.
Os impactos incluem:

-  Aumento da temperatura das areias nas praias de desova;
-  Elevação do nível do mar, que pode submergir ninhos e destruir habitats costeiros;
-  Tempestades e furacões mais intensos, que causam erosão e perda de áreas de nidificação;
-  Mudanças nos padrões de predação e doenças que afetam diretamente a sobrevivência das populações.

Temperatura e Desequilíbrio Sexual

A temperatura da areia é um fator determinante para o sexo dos filhotes:

-  temperaturas mais baixas geram machos;
-  temperaturas mais altas, fêmeas.

Com o aumento constante da temperatura global, há uma tendência preocupante de nascimentos majoritariamente femininos. Esse desequilíbrio sexual ameaça a reprodução e a continuidade das espécies, reduzindo a diversidade genética e a resiliência das populações de tartarugas marinhas ao redor do mundo.

Doenças e Poluição: Uma Combinação Perigosa

O aumento da temperatura da água dos oceanos também favorece o surgimento e a disseminação de doenças. Um dos exemplos mais preocupantes é a fibropapilomatose, causada pelo vírus Chelonid alphaherpesvirus 5, que se desenvolve em ambientes aquáticos poluídos e quentes.

Essa doença provoca o crescimento de tumores benignos na pele e, em casos graves, em órgãos internos. Isso compromete a visão, o deslocamento e a alimentação das tartarugas, podendo levar à morte.
O estresse térmico causado pelo aquecimento das águas enfraquece o sistema imunológico, tornando-as ainda mais vulneráveis.

O Que Podemos Fazer

A luta contra as mudanças climáticas é global, mas cada ação local conta.

Individualmente, todos podemos ajudar:

-  Reduzindo o uso de plástico e evitando o descarte inadequado de resíduos;
-  Participando de campanhas de limpeza de praias;
-  Optando por um consumo mais consciente e sustentável.

Coletivamente, o apoio a organizações de conservação, como a Fundação Projeto Tamar, é essencial.
O Tamar realiza monitoramento de populações, proteção de ninhos, resgate e reabilitação de animais, e pesquisas científicas que contribuem para a formulação de políticas públicas de conservação marinha.

Proteger as tartarugas marinhas é proteger os oceanos e, em última instância, a vida no planeta.
O enfrentamento das mudanças climáticas requer educação ambiental, ciência, políticas públicas eficazes e o engajamento de toda a sociedade.

As tartarugas marinhas, que há milhões de anos habitam os oceanos, agora dependem das nossas ações para continuar fazendo parte do equilíbrio natural da Terra.
Cada atitude conta — e a Fundação Projeto Tamar segue firme nessa missão.